Entendendo as Primícias
Em todo lugar há um protocolo para se entrar: nos bancos, nas escolas, nas empresas. Ninguém entra por uma porta importante de qualquer maneira. Para entrar na presença de Deus o protocolo é a adoração. Tem gente que entra na presença de Deus de qualquer maneira, mas não é o que recomenda o Salmo 100.2. No sistema de liberação das bênçãos de Deus, Ele estabeleceu que tudo o que você fizer primeiro irá determinar não só o que fará depois, mas o que vai receber antes das demais coisas.
O mais importante a respeito da oferta dos primeiros frutos é que quando a fazemos, todo o resto se acomoda, entra em ordem. Temos que dar prioridade a Deus, mas muitas vezes, priorizamos as contas a pagar ou o lazer. Quando pusermos a Deus em primeiro lugar, descobriremos que as demais coisas vão começar a se acomodar automaticamente.
O protocolo sobre a entrega dos primeiros frutos e sua importância está descrito em Deuteronômio 14.22-23. Vemos que precisamos desenvolver a seguinte mentalidade: não honramos alguém dando-lhe a sobra, o resto, que pode até ser o melhor, mas não é o primeiro. Deus está dizendo que em seu sistema de liberação de bênçãos eu devo priorizar as primícias. “Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.” (Provérbios 3.9-10.) Deus estabeleceu um princípio, como posso reclamar? Sua colheita não está acontecendo não é porque não esteja semeando, mas porque a ordem da semeadura foi invertida.
O primeiro entendimento que precisamos ter sobre este assunto encontra-se em Zacarias 12.7-8. Deus quer que você entre nessa dimensão: em primeiro lugar, Ele. Falar com Deus em primeiro lugar, ouvir-lhe a opinião, obedecerlhe, adorá-lo e louvá-lo em primeiro lugar. Muitas vezes temos deixado coisas poderosas na Bíblia passarem despercebidas. A passagem de Zacarias mostra a previsão da liberação das bênçãos para Judá, aquele que deveria vir primeiro. Qual era a tribo que primeiro saía para o combate? Era Judá. Se o que sai primeiro à guerra vai ser abençoado antes de todos, tudo o que eu fizer, seguindo este raciocínio, estará na dimensão desta bênção. Quem era Judá? Judá não foi o filho a quem Jacó deu o seu manto – ele o deu a José -, mas ainda assim Judá conseguiu se destacar. Essa capacidade de se levantar e brilhar são características importantes nos dias de hoje. Onde você está se destacando? Por que Judá sobressaiu? Para saber a resposta, temos que voltar a Gênesis 37, quando os filhos de Jacó se
reuniram, maltrataram José e o lançaram no poço. Antes que Rubens se levantasse para dizer alguma coisa, Judá interveio e sugeriu que não o matassem. Ele protegeu José. Por causa dessa atitude, a bênção foi derramada sobre a vida dele. Nada que você faça para o reino de Deus, por menor que seja, cairá no esquecimento. Judá é aquele que tem a capacidade de se levantar, brilhar e se destacar. Seu gesto de poupar José da morte mostra bem isso. Quando dízimos e ofertas são nossa prioridade, agimos como Judá. Ao se levantar em favor do irmão mais novo, ele impediu o diabo de anular a profecia, restaurou a ordem dos acontecimentos e ela pô de se cumprir.
Você sentirá uma unção sobrenatural vindo sobre a sua vida para que você se levante e traga liberação sobre uma situação e intervenha em favor de alguém. Judá tinha presteza. Onde está sua diligência para ajudar a evangelizar? Satanás torce para que não se manifeste aquilo que está dentro de você, porque se assim for, o que Deus já determinou para a sua vida também não virá.
Judá tem a ver com louvor. Tudo o que Deus quer ver em nós é a adoração. Dizimar e ofertar não está relacionado com a compra de bênçãos, ou do pastor, ou de um lugar. Deus estabeleceu os dízimos e as ofertas porque são a única coisa que me permite demonstrar de verdade a adoração que eu digo ter. Quando você estiver disposto a intervir para que uma geração inteira não seja destruída, não continue a viver debaixo do espírito da pobreza, você terá de mostrar que é um adorador. Essa adoração, entretanto, está dentro da sua carteira e na sua conta bancária; ela não sai da sua boca, e sim dos seus dividendos.
Precisamos entender, antes de tudo, que Deus salvará primeiramente a casa de Judá. No Evangelho de João 4, enquanto os discípulos vão à cidade comprar comida, Jesus encontra-se com uma mulher samaritana junto ao poço de Jacó, onde travam uma conversa que resulta na conversão dela. Quando os discípulos retornaram, instaram com o Mestre para que comesse, mas Ele lhes respondeu: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” (V.34.) Jesus recusou a comida porque já havia se “alimentado” – a única coisa que mata a fome de Deus é a adoração. No verso 23, Jesus diz: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito em verdade [...]” Jesus não tinha mais fome porque alguém o adorara. As três passagens abaixo trazem preciosas lições que devemos guardar sempre em nossos corações:
Jeremias 2.3 – “[...] Israel era consagrado ao SENHOR e era as primícias da sua colheita; todos os que o devoraram se faziam culpados; o mal vinha sobre eles, diz o SENHOR.”
Quando abençoamos a casa de Deus com os primeiros frutos, não haverá culpa ou desgraça em nossa vida.
Marcos 4.28 – “A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio de espiga.”
Até as coisas naturais obedecem a uma ordem – o segundo não vem antes do primeiro e o terceiro não vem depois do décimo. Tudo tem uma sequência.
Gênesis 4.6-7 – “Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito?”
Tudo o que você fizer e agradar a Deus trará sobre a sua vida provisão e suprimento sobrenatural. No caso de Caim e Abel, não estava estabelecido qual tipo de oferta tinha maior valor, mas quem separara o melhor (ou da terra ou dos rebanhos), quem tivera o cuidado de entregar ao Senhor as primícias.
DESAFIO DE FÉ
Adore ao Senhor nos próximos dias com tudo que há em você: sua voz, seu corpo, seu tempo, seu talento, e as primícias das obras das suas mãos – dízimos e ofertas.
:: Por Pr. Marcos Gregório
Fonte: Jornal Atos Hoje
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